Anatomia Artistica
Resumo
Hoje volta a discutir-se o interesse do ensino da Anatomia Artística nas escolas de arte e na formação dos artistas plásticos. O processo de Bolonha exige uma gestão cuidada dos tempos lectivos, não sendo possível desperdiçar horas com conteúdos supérfluos, pelo que a sua aplicação provoca mudanças no Ensino Superior e obriga à reflexão dos conteúdos programáticos clássicos. A Anatomia Artística não poderá fugir a tais desafios. Todavia, discordamos daqueles que procuram restringir o ensino desta disciplina para acautelar o ensino de outras generalidades que consideram de maior interesse curricular. Segundo eles tal disciplina devia integrar a formação básica apenas das licenciaturas mais tradicionais, tais como a Pintura e a Escultura, deixando de lado outras como por exemplo a Arquitectura ou o Design. Nesta perspectiva restritiva, só se justificaria o ensino da anatomia na fase de pós graduação, nos mestrados ou como cadeira opcional em algumas licenciaturas das escolas universitárias de artes.
Discordamos frontalmente de tal posição. De facto, assim como é impensável existir um médico que não tenha tido aulas de anatomia teórica e frequentado uma sala de autópsias (mesmo que mais tarde venha a dedicar-se às análises clínicas ou a outra qualquer especialidade laboratorial), também nos parece inconcebível que se licencie alguém numa escola de artes sem conhecimentos básicos de anatomia.
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